Santa Doroteia, foi uma jovem capadócia, conhecida por ofecer sua virgindade a Deus e por este motivo fora perseguida e mártirizada. Também conhecida pela devoção popular como a santa das flores. Nobre, muito rica e bem educada, Doroteia viveu em Cesareia, capital da província romana da Capadócia e foi, segundo a lenda, martirizada por ser cristã no ano de 304 d.C., vítima das perseguições do Imperador Diocleciano.
A jovem teve, segundo a lenda, os pais martirizados no anfiteatro, fez um voto de castidade a Cristo
e transformou a própria casa numa espécie de igreja, onde passava os
dias em meio a jejuns e orações, e valendo-se da própria fortuna para
fazer caridade aos pobres. Tanto zelo e piedade da jovem levavam os
cristãos de Cesareia a procurarem-na para os mais sábios conselhos. Isso
fez com que seu nome fosse citado no Tribunal Romano como praticante da
fé cristã.
Na época, segundo esse mito, governava o pretório de Cesareia o nobre
Fabrício, que mandou trazer a jovem à sua presença e a indagou a
respeito de sua condição cristã. Como a bela moça respondesse sabiamente
a todas as perguntas, alegadamente desarticulando as intenções dos
juízes de ridicularizarem a religião cristã e muito zeloza de sua
pureza, foi obrigada a viver durante uma semana na companhia de duas
jovens licenciosas e perversas, de nome Crista e Calista, mas a
constância de Doroteia acabou por convertê-las à fé cristã e ambas foram
mortas.
Não satisfeito com isso, segunda a lenda, Fabrício lhe imputou a pena
capital: a morte pela espada. Ao escutar a moça dizer que iria para o
céu onde era eterna a primavera, um dos pretores, de nome Teófilo,
zombou dela dizendo: "Pois já que vais ao jardim de teu esposo onde a primavera é eterna, envia-me de lá frutos e rosas perfumadas".
Doroteia prometeu realizar sua vontade. Antes de a espada dobrar
sobre sua cabeça, ela rezou e pediu a Deus que realizasse sua promessa.
Apareceu-lhe subitamente um anjo, tendo às mãos uma cesta com três belas
maçãs e três perfumadas rosas. Doroteia tomou um lenço, enxugou com ele
o suor e entregou-o ao anjo, dizendo-lhe: "Vai
e leva a Teófilo e diz que Doroteia, serva de Cristo, lhe envia os
frutos e as flores que ele pediu. E diz também que, se ele quiser mais,
que vá ter com ela no paraíso".
Dito isso, o anjo desapareceu e a espada
caiu sobre Doroteia, que subiu radiante ao céu. No tribunal, segundo
esse mito, Teófilo continuava a zombar do caso de Doroteia quando lhe
apareceu o anjo e transmitiu-lhe o recado da virgem cristã. Assombrado
com o estupendo milagre de receber as maçãs e as rosas, em época de inverno rigoroso, Teófilo se converteu e, pedindo perdão a Deus e a Doroteia, também morreu mártir.
Não existe qualquer comprovação científica da veracidade dessa lenda,
nem mesmo de que a mitológica Doroteia tenha sequer existido. Era o dia
6 de fevereiro de 304. Acredita-se que o corpo da donzela cristã repousa na igreja que leva seu nome em Roma.
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