O tempo
de Natal é uma caminhada à procura de Jesus. Com a festa da Epifania,
que hoje celebramos, concluimos esse tempo, recordando a procura e o
encontro de Jesus pelos Magos, que representam todos os povos e nações.
(A palavra Epifania significa manifestação de Deus aos homens.)
A
Liturgia deste Domingo leva-nos à manifestação de Jesus. Ele é uma
"Luz", que se acende na noite do mundo e ilumina os caminhos dos homens,
conduzindo-os ao encontro da Salvação.
A primeira leitura
anuncia a chegada da Luz salvadora do Senhor, que transfigurará
Jerusalém e atrairá a ela povos de todo o mundo. Esta Jerusalém nova
representa a Igreja, comunidade dos que aderiram a Jesus e acolheram a
Luz salvadora que ele veio trazer.
A segunda leitura
apresenta o projecto salvador de Deus, como uma realidade que vai
atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos, numa mesma
comunidade de irmãos, a comunidade de Jesus.
No Evangelho
vemos a concretização da promessa da primeira leitura. Guiados pela luz
da Estrela, procuram com esperança o Messias e reconhecem n'Ele a
"Salvação de Deus" e aceitam-no como "Senhor"
Esta
narrativa não é uma reportagem jornalística, mas uma catequese sobre
Jesus e a sua Missão. A Estrela não é um astro no céu, mas a pessoa de
Jesus. Ele é a "Luz" anunciada pelos profetas. Os Magos representam os
povos estrangeiros que vão ao encontro de Jesus e se deixam guiar pela
sua mensagem de paz e de amor. São imagem da Igreja, formada de todos os
povos que aderem a Jesus e O reconhecem como o seu "Senhor".
A
intenção de S. Mateus era apresentar Jesus como o novo Moisés, o ungido
de Deus, recusado pelos judeus e aceite pelos pagãos, que formarão o
novo Israel, o novo povo de Deus: a Igreja.
Atitudes diante desta estrela: adoração, indiferença e rejeição.
– Adoração: os Magos viram a "estrela", deixaram tudo e puseram-se a caminho para descobrir Jesus e adorá-l'O: "Vimos e viemos". Os Magos representam todos os povos não judeus, agora associados à História da Salvação.
– Indiferença: os Sacerdotes conheciam-n'O bem nas Escrituras. Sabiam até o lugar onde Ele deveria nascer, mas não perceberam o sinal da sua chegada, nem se preocuparam de ir ao seu encontro. Estavam muito seguros da sua sabedoria, por isso não acolheram a alegria de encontrar e adorar o Salvador.
– Rejeição: Herodes tentou até apagar essa Luz. Ele simboliza os grandes deste mundo que temem a Sua chegada. Poderia roubar-lhe o trono.
– Adoração: os Magos viram a "estrela", deixaram tudo e puseram-se a caminho para descobrir Jesus e adorá-l'O: "Vimos e viemos". Os Magos representam todos os povos não judeus, agora associados à História da Salvação.
– Indiferença: os Sacerdotes conheciam-n'O bem nas Escrituras. Sabiam até o lugar onde Ele deveria nascer, mas não perceberam o sinal da sua chegada, nem se preocuparam de ir ao seu encontro. Estavam muito seguros da sua sabedoria, por isso não acolheram a alegria de encontrar e adorar o Salvador.
– Rejeição: Herodes tentou até apagar essa Luz. Ele simboliza os grandes deste mundo que temem a Sua chegada. Poderia roubar-lhe o trono.
Todos viram a mesma realidade: um menino recém-nascido, mas as opções foram e são diferentes.
Com quem nos assemelhamos? Com os Magos, atentos aos sinais, capazes de ler os acontecimentos de nossa vida e a história do mundo à luz de Deus? Com os Sacerdotes, orgulhosos do seu saber, mas acomodados? Com Herodes, que procura matar o menino?
Com quem nos assemelhamos? Com os Magos, atentos aos sinais, capazes de ler os acontecimentos de nossa vida e a história do mundo à luz de Deus? Com os Sacerdotes, orgulhosos do seu saber, mas acomodados? Com Herodes, que procura matar o menino?
Há um caminho a seguir n procura de Deus.
O itinerário seguido pelos magos reflecte o processo que os pagãos percorreram para encontrar Jesus: Estão atentos aos sinais (a estrela); percebem que Jesus traz a Salvação; põem-se a caminho para O encontrar perguntam aos judeus, que conhecem as Sagradas Escrituras, o que fazer; encontram Jesus e o adoram-n'O; oferecem-Lhe "os seus tesouros" e "voltam por outro caminho".
Neste relato, descobrimos as etapas do nosso caminho à procura de Jesus: a sensibilidade em distinguir os sinais de Deus e a generosidade em aceitar o convite.
O itinerário seguido pelos magos reflecte o processo que os pagãos percorreram para encontrar Jesus: Estão atentos aos sinais (a estrela); percebem que Jesus traz a Salvação; põem-se a caminho para O encontrar perguntam aos judeus, que conhecem as Sagradas Escrituras, o que fazer; encontram Jesus e o adoram-n'O; oferecem-Lhe "os seus tesouros" e "voltam por outro caminho".
Neste relato, descobrimos as etapas do nosso caminho à procura de Jesus: a sensibilidade em distinguir os sinais de Deus e a generosidade em aceitar o convite.
"Os magos viram a estrela e vieram adorá-l'O". Eles
não perderam a esperança na incompreensão dos contemporâneos, nem
diante das dificuldades da longa caminhada, da ignorância e maldade de
Herodes, ou do ambiente rústico em que encontraram o Menino, o Rei dos
judeus.
Se olharmos o mundo e os homens com os olhos da fé tudo será uma manifestação e presença de Deus, uma perene Epifania.
Se olharmos o mundo e os homens com os olhos da fé tudo será uma manifestação e presença de Deus, uma perene Epifania.
Os magos não se apresentaram de mãos vazias. Ofereceram as suas riquezas: ouro, incenso e mirra.
O que temos nós hoje para lhe dar?
O que temos nós hoje para lhe dar?
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Obrigado,
Senhor Jesus, porque vieste também para nós! Obrigado porque nos
arrancaste do poder das trevas, porque nos fizeste encontrar o Deus vivo
e verdadeiro!
Hoje, também nós vemos a luz e somos
convidados a seguir a estrela do Menino; hoje, também nós somos
convidados a adorá-lo, presenteando-o com os nossos melhores dons: o
ouro das nossas boas obras, a mirra do nosso coração, o incenso do nosso
amor!
Hoje, também somos convidados a
admirar o exemplo dos sábios do Oriente, que vendo no céu o sinal do Rei
nascido, não temeram deixar tudo e, humildemente, seguir a luz! Como Abraão, o pai de todos os crentes, deixou a sua terra e partiu à ordem de Deus, sem saber para onde ia, assim também, aqueles que hoje são as nossas primícias para Cristo, partem, obedecendo ao apelo do Senhor, sem saber para onde vão!
Partamos nós também! Partamos da nossa vida cómoda, partamos da nossa fé tíbia, partamos do nosso cristianismo burguês, que deseja ser compreendido, aceite, e aplaudido pelo mundo... ou não veremos a luz do Menino!
Partamos, pois, e encontraremos Aquele que é a Luz do mundo!
"Regressaram à sua terra por outro caminho." (Mt 2, 12)
Quem procura?
De
procuras e encontros (e também alguns desencontros!) se vai escrevendo a
nossa história. Revelamo-nos tanto em tudo o que procuramos. Por isso
também gosto muito de olhar para os magos que chegam ao presépio como
representantes da procura humana que se agita dentro de nós. Procuramos
mais felicidade, mais realização, mais conhecimento, mais amor. Não se
trata de uma mera insatisfação porque nos maravilhamos com o que
alcançamos, mas é como se um dinamismo maior do que nós nos habitasse. O
problema é quando se transforma a procura na ânsia desmesurada de "ser
deus" e não agradecemos nem saboreamos o que já alcançámos!
Quantas vezes procuramos fora de nós aquilo que está tão íntimo e próximo! Santo Agostinho di-lo nas suas Confissões: "Tarde
te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que estavas
dentro de mim e eu fora, e aí te procurava, e eu, sem beleza,
precipitava-me nessas coisas belas que tu fizeste. Tu estavas comigo e
eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti aquelas coisas que não
seriam, se em ti não fossem. Chamaste, e clamaste, e rompeste a minha
surdez; brilhaste, cintilaste, e afastaste a minha cegueira; exalaste o
teu perfume, e eu respirei e suspiro por ti; saboreei-te, e tenho fome e
sede; tocaste-me, e inflamei-me no desejo da tua paz." Procuramos
longe o que está perto, como também diz Sophia de Mello Breyner
Andressen, num poema sobre a estrela que guiou os magos.: "Quanto deserto / Atravessei para encontrar aquilo / Que morava entre os homens e tão perto".
No meio de todas as procuras não podemos esquecer a do nosso universo
interior, aquela que faz descobrir riquezas incontáveis no íntimo de
cada pessoa.
Mas o que verdadeiramente me espanta é
que Deus também nos procure. Mais do que o "motor imóvel" de
Aristóteles revela-se como Pai a lançar-se nos braços do filho pródigo,
como Filho a pisar os nossos caminhos de terra e flores, como Espírito
que sopra e semeia incêndios de amor. É d'Ele que aprendemos a alegria
de procurar uns com os outros, de potenciar os dons diversos e tão
interdependentes, de fazer a festa do encontro. É com Ele que vencemos o
medo (até o medo de errar e de nos perdemos), que celebramos o esforço e
promovemos a iniciativa, que recusamos as teias de aranha e a tentação
fácil de condenar. É n'Ele que cada dia pode encher-se de descobertas e o
que é pequeno e frágil ter uma beleza imensa. Que outro e novo caminho
trazemos do Natal acabado de celebrar? Como se pode traduzir numa
procura maior o encontro com Jesus Emanuel, o Deus-connosco? Queremos
mesmo procurar?
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